Deixem-me contar um caso aos Srs, no entanto não irei revelar se é ou não verdade para que isso não influencie nas conclusões de cada um dos Srs.
Um Sargento de Policia, com aproximadamente 22 anos de casa, casado, pai, vai rever um amigo que é mecânico de autos em seu trabalho, lá na oficina, ele vê um “carrinho” que estava concertando e o seu amigo lhe conta, que o proprietário estava interessado em vender, embora não fosse o carro dos seu sonho, iria ajudá-lo muito, pois como todos nos sabemos, é muito arriscado para um policial andar de ônibus, embora o Governo, obrigue seus Policias, de uma maneira indireta e indiscreta a andar, primeiro não lhe fornecendo condições financeiras, depois, através de um ato demagogo e discriminatório, fornece um passe gentilmente “cedido” pelas empresas.
Eu disse discriminatório, pois o Direito deveria ser para todos, e no entanto, aproximadamente a dois anos que já foi implantado, ainda temos muitos policias, que não desfrutam desse “beneficio” e com toda a certeza, nem serão ressarcidos, o que seria legal diante da Lei.
Em uma mente mais “imaginativa” estilo filmes de Hollywood, poderíamos associar a um possível trama envolvendo um Governo, que fosse subornado, por poderosa empresas de transportes coletivos, as quais, alem de terem vários “benfeitorias” ainda teriam uma espécie de possíveis “seguranças informais”, só por conduzirem em seus veículos, policias em trajes civis, que com toda a certeza iriam atuar em qualquer ação criminosa que houvesse, pois perderiam suas vidas caso fossem descobertos.
Bem... voltemos a nossa “Historinha” e deixemos de “viajar”
O Sargento, perguntou o preço, e o mecânico disse que era “xx”, como um bom brasileiro, sempre pechinchamos para que tenhamos algum desconto, nada mais natural, o mecânico então abaixou, pois alem de ter algumas pendências relativo a multas e atrasos, o lucro que teria com a venda seria certo, se fosse menor, resolveu abaixar para “x” e concretizaram a transação.
Como havia dito, no inicio, ele já tinha 22 anos de casa, e como um bom Policial, foi ate uma delegacia e pediu a um outro amigo que verificasse a placa, para ver se estava tudo certo, se não era roubado, e constatou que estava tudo certo, o carro só possuía mesmo as pendências relativo a algumas multas e a atrasos de impostos, que posteriormente iriam ser pagos, já os documentos, seu amigo, garantiu lhe entregar, assim que o proprietário fosse lá levar para efetuar a transferência, pois só estava com uma copia xerográfica autenticada.
Fico imaginando ele chegando com o carro em sua casa e mostrando para sua família com orgulho de terem conseguido algum bem, e que poderiam usufruir ate mesmo para um lazer, coisa muito difícil de acontecer para nos.
Passaram-se aproximadamente uma semana, o Sargento foi trabalhar com o carro, ao colocá-lo estacionado em frente ao DPO, foi surpreendido por uma Sra, que juntamente com a nossa própria Policia, dizia que o carro era dela e que havia sido roubado a algum tempo atrás. O Sargento negou, disse o que havia acontecido e que estava disposto a resolver, o que para ele era só um mal entendido, foram a Delegacia e realmente não constava como roubado, conforme já havia feito, porem descobriram através do documento que a tal Sra tinha posse, que o Escrivão na hora de confeccioná-lo, havia digitado errado o numero da placa, quem sabe que a própria Sra, não tenha errado ao dizer, devido ao nervosismo que devia estar no momento do registro?
O fato, era que realmente o carro era roubado e que ele era suspeita da participação no crime. No entanto foi iniciado um procedimento para verificar a veracidade do fato em relação as declarações do referido Sargento, e que foi confirmado oficialmente pelo próprio amigo, que também não sabia assim como o Sargento que o carro era produto de roubo.
Resumindo, os responsaveis que fizeram parte do Conselho de disciplina deram os votos a favor do Sargento, pois verificaram que ele realmente de nada sabia, no entanto, no entendimento final, outros resolveram simplesmente excluí-lo das fileiras, por acharem que o valor era muito baixo e que podia ter havido, má Fe do Sargento.
O que foi uma felicidade para ele e sua família, passou a se um verdadeiro pesadelo, talvez com marcas irreparáveis para ele e seus herdeiros.
Será que houve ? se houve, ele devia ser muito ingênuo ao colocar um carro roubado na frente de um DPO, é um raciocínio sem nexo para os verdadeiros “hermeneutas”.
É ridículo um Homem ser tratado dessa maneira, como se fosse “um lixo” Ser culpado ate que prove a sua inocência, que se dane a sua família, que se dane a sua saúde, que se dane a sua vida, que se dane o seu passado, ainda vai ter que lutar sozinho pela sua honra.
Deveriam ter vergonha de agirem dessa maneira, pois ela não é da mesma forma utilizada como devia ser para todos, há os privilegiados os quais são acusados de fatos que realmente envergonham, comprovados e divulgados nos meios de comunicação e nada acontece, e o pior que continuam em nossas fileiras como se fossem “anjos” em plenos céu cheio de estrelas.
É apenas uma "Historia", que serve como uma grande “luneta” para os piores cegos, digno de Hollywood...
Como sou hipócrita também...
Ricardo Garcia
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro
