domingo, 16 de janeiro de 2011

SÓ UM PODE...


JORNAL O GLOBO (online)


Polícia vai prender comerciantes que cobrarem preços abusivos em mantimentos na Serra
Publicada em 16/01/2011 às 11h43m
Gustavo Goulart, Clarice Spitz e Eduardo Maia - O Globo
RIO - O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, deu ordens, na manhã deste domingo, para que todos os PMs envolvidos no socorro às vitimas das chuvas em Teresópolis prendam os comerciantes que cobrarem preços abusivos de mantimentos como água, velas e outros produtos na cidade. Ele disse ter recebido informações de abuso de poder econômico praticado por comerciantes da região. (Leia mais: Produtos somem e preços disparam)
- Não vamos tolerar esse tipo de atitude. Pessoas que se aproveitam da desgraça alheia para ter lucro deve ser presas imediatamente - informou.
Mário Sérgio disse já ter tomado a mesma atitude em Friburgo, onde os policiais têm ordem para prender e levar diretamente para o Ministério Público quem cometer esse tipo de abuso. O subchefe administrativo da Polícia Civil do estado, Fernando Albuquerque, disse que também adotará a mesma medida com relação à Polícia Civil.
Policia diz que há pelo menos 20 bairros isolados na Região Serrana
O delegado Herbert Tavares, da delegacia de Teresópolis, contou ter sido informado que há comerciantes cobrando R$ 8 por um pacote de velas que custa cerca de R$ 1,50 e até R$ 16 pelo galão de 20 litros de água, cujo preço normal não ultrapassa R$ 6. Ele disse que cobranças extorsivas podem levar o indiciado a responder pelo crime de abuso de poder econômico, que é inafiançável e com pena prevista de dois a cinco anos de reclusão.
Recuperação da economia pode levar dois anos
Na opinião de especialistas e autoridades, a total recuperação da região pode levar até dois anos para ser concluída. Os prejuízos vão desde o setor hoteleiro, que enfrenta quase 100% de cancelamentos de reservas no período de alta temporada, à destruição da lavoura e estradas e paralisação de máquinas e equipamentos.
" Não vamos tolerar esse tipo de atitude. Pessoas que se aproveitam da desgraça alheia para ter lucro deve ser presas imediatamente "
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O abastecimento de hortaliças em grande parte do Estado já foi reduzido a menos da metade e não deve ser normalizado antes de março, na opinião de Fernando Campanha, diretor da JFC, um dos principais produtores e distribuidores de frutas e legumes da região. Diariamente, ele fornece 100 toneladas de produtos hortifrutigranjeiros.
- Os supermercados vão receber alguma coisa, aquilo que pode ser recolhido, mas existem verduras que estragaram, outras que foram soterradas, muitas mudas foram perdidas - revela o produtor.
O prejuízo ainda não foi calculado, mas ele afirma que o clima entre os 200 funcionários, que perderam as casas ou familiares, é de consternação.
- Agora é rezar para que as chuvas acabem - diz Campanha.
Pequenas empresas são atingidas
Em Friburgo, um dos pólos da moda íntima do Estado, fábricas e confecções, a maior parte de fundo de quintal, foram tomadas por lama. Equipamentos danificados forçaram um recesso em muitas empresas pelos próximos dez dias, segundo o Sindicato da Indústria Têxtil de Nova Friburgo.
- Friburgo tem um quinto dos empregos formais gerados só no ramo de vestuário, então isso é gravíssimo - avalia o economista e professor da UFRJ, Mauro Osório.
Já em Teresópolis, o impacto mais significativo para a economia está relacionado às perdas da agricultura.
- O nível de prejuízo vai depender de quando e como vão refazer as vias de acesso - acrescenta Osório.
Para a professora de Economia da UFF, Hildete Pereira, a Região Serrana vai viver uma perda momentânea de competitividade. Ela cita Nova Friburgo como exemplo:
- A tragédia destrói a cidade, mas isso não significa que a atividade industrial vai se retrair. Em seis meses, o setor pode reagir se houver financiamento do Estado.
Perdas de R$ 80 milhões no setor de Turismo
Na opinião de especialistas, o prejuízo causado pelas chuvas pode afetar seriamente o setor de turismo, em virtude da perda da infraestrutura. O secretário estadual de Turismo, Ronald Ázaro, elevou as estimativas de prejuízo para R$ 80 milhões na alta temporada, considerando a queda da ocupação, cancelamentos de reservas, e perdas com mão de obra e comércio.
- Além do trabalho de reconstrução na infraestrutura, cabe também um esforço de resgate da imagem. São necessários pelo menos dois anos para recuperar plenamente a região - avalia.
" Não basta tirar a lama e reformar os hotéis, será necessário praticamente refazer tudo ao redor "
Seguindo as estimativas pessimistas da Secretaria de Turismo, a Associação de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH), prevê que o prejuízo do setor chegue a R$ 50 milhões até março.
- Não basta tirar a lama e reformar os hotéis, será necessário praticamente refazer tudo ao redor - analisa o presidente da ABIH, Alfredo Lopes.
Ele lembra que os estragos do temporal do Réveillon de 2010 em Angra e Ilha Grande ainda são sentidos pelo turismo da Costa Verde:
- Já se passou um ano e Angra ainda não está completamente recuperada. O movimento nessa virada de ano foi 20% menor do que vinha sendo registrado em anos anteriores. E aquele problema foi bem pontual, perto do que aconteceu na Região Serrana.

A todos quero que me perdoem por não ter postado durante essa semana, pois estava de férias e não estava agüentando mais o estresse do dia a dia, porem tenho acompanhado (um pouco precário) a tragédia na região serrana e em outros lugares do Brasil.


Creio que a maioria dos Srs já tenham ouvido falar nos personagens “dr jekyll and mr hyde”ou o “medico e o mostro” do filme dirigido por Victor Fleming em 1941.

A minha opinião sobre os recentes acontecimentos iriam gerar uma dupla personalidade, as quais entrariam em conflito após lerem a interpretação.

Confesso que fiquei comovido e ate mesmo desceram algumas lagrimas no meu rosto ao ver tanta desgraça, em meus cinqüenta anos de vida, nunca havia presenciado nada igual.


Imagens, onde a natureza superava o sensacionalismo de qualquer repórter, embora alguns ainda tentassem reverter esse “quadro” ao se dirigirem as pessoas que haviam perdido seus entes queridos e os questionavam como estavam se sentindo naquele momento, como se a dor não bastasse.


Perguntas cretinas por não terem o que perguntar.


A vontade de ir ajudar era muita, de ir, no meio da lama e do mato resgatar as pessoas que estavam “atordoadas” sem saber o que havia acontecido, sem terem acreditado que um dia poderia acontecer, os que perderam seus parentes, suas casas, as suas vidas, por fim, tudo que haviam construído e teriam que fazer novamente.

Por outro lado, talvez eu tenha bebido a “formula” que do “Dr Jekyll” e me transformado em um “mostro” racional, frio, sem coração, uma formula onde seus principais componentes foram diluídos em meus 29 anos de profissão, pouco a pouco, pela própria Policia e pelo qual presencio nesses momentos que estão se tornando comum entre nós, a mentira, falsidade, hipocrisia, demagogia, oportunismo, ganância, ódio, inveja, luxuria, vaidade, a omissão, a covardia e tantos outros que nos ajudam a “solidifica” e ate mesmo “exterminar” os principais sentimentos que nos distinguem como em Seres Humanos.

Na ultima desgraça que presenciei, foi aqui em meu Município, Niterói, a tragédia do morro do Bumba, onde a minha Unidade teve a sua quadra de esporte “lotada” de doações vindas de todos os lugares, pessoas as quais, ate então eram desconhecidas, traziam o que podiam e que arrecadavam para ajudar aqueles que haviam perdido tudo.


Trabalhamos
horas e horas para receber a ajudar a separar as doações, sem nos preocuparmos ate mesmo com nossas famílias que nos esperávamos ansiosos e preocupados, alguns até mesmo cavaram com suas mãos, a lama suja misturada com o lixo a procura de sobreviventes enterrados nela.


Hoje quase um ano após, pergunto: O que mudou?

Continuamos a ver nas encostas dos morros casas e mais casas sendo construídas até a próxima tragédia.


Onde iremos ouvir mais uma vez, que Políticos acompanhavam os caminhões que iriam fazer as entregas de donativos, só para aparecerem como se fosse eles os quais estivessem doando.


Onde milhões do dinheiro público surgem nas manchetes dos jornais como auxilio as “vitimas” e somem quando o sol aparece os abandonando à sorte.

Críticas são feitas por alguns “engravatados” importantes, para esconderem a própria omissão e a incapacidade de administrar e desviarem a cúlpa.


Cúmplices se tornam vitimas que usam inocentes como seus "escudos"


Não acho que tenhamos o Direito de prendermos ninguém que estejam dentro da LEI, afinal são comerciantes iguais aos que fecharam seus olhos as construções irregulares, são o mesmo tipo de administradores de dinheiros aplicados nas ajudas as vitimas, que ninguém vê, onde só visam os lucros para seus próprios bolsos.


compra quem quer, assim como o Governo faz quando aumentam seus pesados impostos nas mercadorias as quais necessitamos para sobreviver, onde somos obrigados a escolhermos uma alternativa ou comprar com os preços abusivos que nos repassam.


Seria arbitrário e Inconstitucional dizer o quanto devem cobrar por suas mercadorias as quais foram adquiridas e revendidas por eles conforme a lei.


Mais uma vez só iriam destruir a nossa imagem como autoritários.


Se o Governo esta incomodado com essa “especulação” legal, que direcione uma parte dos R$ 780 milhões de reais que liberou para comprar em outros lugares, bem mais barato, tudo que as vitimas dessa tragédia precisam e que sejam distribuídos entre eles.


Fazendo realmente o que devem fazer em momentos iguais a este e não especulações politiqueiras.


O “Papel” da Policia seria em evitar saques, tentar manter as Leis nessa desordem publica e não servir de repressor aos que estejam ganhando seu dinheiro honesto embora os achemos covardes e sem coração.


A cobrança e principalmente a fiscalização do dinheiro “doado” as vitimas dessa tragédia devem vir do Governo Federal sobre os Governos Estaduais e municipais, ai é que a Policia deve atuar prendendo as compras superfaturadas com o dinheiro publico ou aqueles que participarem das falcatruas em licitações fraudulentas na aquisição ou obras públicas que irão amenizar o sofrimento daqueles que foram vitimas dessa catástrofe.

Estou cansado de sermos usados.

Como havia dito, ate a próxima tragédia.

Ricardo Garcia
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro