JORNAL O GLOBO (online)
AUTOS DE RESISTÊNCIA
Ministério Público pede a prisão de 28 policiais militares de São Gonçalo
Publicada em 08/09/2011 às 13h42m
Simone Cândida (simone.candida@oglobo.com.br)
RIO - O Ministério Público Estadual pediu na manhã desta quinta-feira à 4ª Vara Criminal de São Gonçalo o afastamento cautelar de 34 policiais militares que serviram ou já passaram pelo 7° BPM (São Gonçalo). Foi pedida também a prisão de 28 agentes deste grupo. Segundo o procurador-geral de Justiça, Cláudio Soares Lopes, a medida independe da apuração do caso da juíza Patrícia Acioli. Lopes disse que a decisão seria uma resposta da sociedade, uma mensagem para apurar os crimes.
Ainda de acordo com Lopes, a lista de 34 PMs que respondem a processos, acusados de cometerem crimes enquanto serviam no 7º BPM, é um documento preliminar, já que outros processos semelhantes estão sendo analisados pelos procuradores. O procurador afirmou que uma segunda lista poderá ser divulgada em breve. Após o assassinato da juíza Patrícia Acioli, uma força-tarefa de procuradores passou a analisar todos os processos de homicídio em que policiais ou agentes públicos são réus.
De acordo com o procurador de Justiça Paulo Roberto Mello Cunha Jr., "99% dos 34 policiais" respondem a crimes de homicídios envolvendo alegações de auto de resistência e cada um deles responderá a um processo individual. Se a decisão for aceita pela Justiça, todos terão suas armas e carteira funcional tomadas e ficarão afastados das ruas.
Cláudio Lopes conta que inicialmente o Ministério Público pensou em pedir a transferência dos acusados para outros batalhões, mas entendeu que assim estaria apenas empurrando o problema para outros lugares.
- Com o afastamento cautelar, uma medida inédita baseada na lei 12.403 de 2011 , a lei de medidas cautelares, esses policiais ficam fora das ruas até que seus processos sejam julgados. O fundamento para pedido da medida foi o fato desses policiais militares já responderem a processos com pedidos de prisão.
O MP divulgou à imprensa o nome e o número de matrícula de todos os PMs que respondem a processos por crimes em São Gonçalo.
No dia 1º de setembro, o procurador-geral de Justiça, Cláudio Lopes, já havia anunciado que os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pediriam o afastamento dos PMs envolvidos em autos de resistência.
No dia 31 de agosto, deputados federais da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado vieram ao Rio para acompanhar as investigações sobre a morte da juíza, no último dia 11. O grupo se encontrou com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Manoel Alberto Rebelo dos Santos, e com a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha.
Quero saber se quando forem julgados e caso sejam absolvidos a justiça irá ter como reparar os danos morais que causará a cada um desses profissionais ?
Quero saber se quando forem julgados e caso sejam absolvidos se haverá alguém com hombridade e caráter para reconhecerem suas atitudes arbitrarias, discriminativas e injustas contra esses profissionais ?
O Policial Militar é o único que é culpado ate que se prove a sua inocência, ao contrario de todos os cidadãos brasileiros.
Hoje em dia, presenciamos Deputados recebendo propinas, e nem ao menos seus salários pagos com o nossos suor são suspensos ate que seja apurado e mesmo diante de provas irrefutáveis se dizem inocentes e são inocentados após serem julgados pelos seus “comparsas” de pilantragem.
Não estou com isso sendo favorável ao desvio de conduta ou a ações de bandidos transvestidos de policia, pelo contrario, já falei e torno a repetir, que ao invés de nos vangloriarmos em excluí-los deveríamos evitar as suas inclusões.
No entanto, para condená-los primeiro devemos julgá-los e provarmos que realmente cometeram um crime.
E não como uma resposta rápida para uma sociedade, onde a maioria é ignorante e manipulada, só para se manterem em seus cargos os quais não foram garantidos pela capacidade e sim pela política suja que temos.
Puni-los tirando suas carteiras e suas armas sem ao menos terem sidos julgados culpados para mim é um ato de covardia e de injustiça, afinal serão uma presa fácil para as ações de criminosos a cada dia mais comum e violenta em nosso Estado.
E ainda para finalizar, O Policial Militar, apesar de possuir um departamento jurídico, não recebe nenhuma atenção da própria Instituição, sendo obrigado a “utilizar” atendimento jurídico, em que , na sua maioria, recebem a benevolência do Estado para descontarem nas contas desses homens diretamente.
Porem, vale ressaltar, que deveria ser obrigação do Estado em defende-los já que, embora são suspeitos de terem cometido um crime, eles estavam a serviço do Estado e não ao “bel-prazer”.
Bem, utilizando uma espada e com os olhos vendados só poderiamos esperar isso.
Ricardo Garcia
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro