Ossada foi encontrada perto de rio na Baixada, em julho Foto: Severino Silva / Agência O Dia
JORNAL O DIA (online)
04.08.11 às 15h44 > Atualizado em 04.08.11 às 16h21
Corpo do menino Juan Moraes poderá ser exumado
POR MARIA INEZ MAGALHÃES
Rio - O defensor público Antônio Carlos de Oliveira entrou, nesta quinta-feira, com pedido de exumação do corpo do menino Juan Moraes, morto por policiais após confronto com traficantes na favela Danon, em Nova Iguaçu, no mês de junho. Oliveira defende o cabo Edilberto Barros do Nascimento, um dos quatro policiais presos sob a acusação de terem sumido com o corpo do menino. Ele deve pedir um novo exame de DNA, que deverá ser feito pela Defensoria Pública.
A solicitação tem por base o laudo da perita legista Marilena Campos de Lima, que atestou que a ossada encontrada no dia 30 de junho em Belford Roxo era de uma menina. No entanto, uma semana depois, exames de DNA feitos pela Polícia Civil comprovaram que os ossos encontrados eram de Juan.
A perita foi exonerada do cargo de chefe do Posto de Polícia Técnico-Científica de Nova Iguaçu e está respondendo à sindicância. Outros policiais que participaram da ação também estão sendo investigados.
No dia 20 de julho, o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada, Ricardo Barbosa, afirmou que de acordo com laudo da perícia, os tiros disparados na ocasião da morte de Juan partiram apenas das armas dos policiais envolvidos na ação. No mesmo dia, a Justiça decretou a prisão temporária dos quatro policiais suspeitos. A decisão acatou pedido do Ministério Público Estadual, que solicitou a prisão dos oficiais por 30 dias.
Os cabos PMs Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva e os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares tiveram pedida a prisão por 30 dias, enquadrados por dois homicídios dolosos duplamente qualificados, por motivo torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas (no caso das mortes do menino Juan Moraes e de Igor de Souza Afonso e duas tentativas de homicídios, também duplamente qualificados (W., o irmão de Juan, e V.).
Sequência de falhas no caso que chocou o Rio
Operação
Dia 20, policiais do 20º BPM (Mesquita) vão à comunidade Danon checar informação sobre traficantes. Na ação, Juan desaparece, um rapaz é morto e dois são baleados, entre eles um irmão do menino.
Auto de resistência
Logo após a ação, PMs registram o caso como auto de resistência na 56ª DP (Comendador Soares). Apresentam armas e drogas e não falam sobre Juan.
Demora
O sumiço do menino só vem à tona no dia seguinte após denúncia da família de que ele fora baleado. Uma série de falhas na investigação da 56ª DP, entre elas a demora em pedir perícia para o local, faz o caso ser transferido, uma semana depois, para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
Afastamento
Afastados da rua cinco dias após a operação, os PMs vão para serviços internos no mesmo batalhão. Só ontem eles foram transferidos para a ‘geladeira’ da corporação.
Perícia
A primeira perícia no local só ocorreu oito dias após o sumiço, dia 28. O chinelo que o menino usava no dia 20 foi encontrado. Só então começaram as buscas pelo corpo.
Testemunha
W., baleado no confronto, foi apontado como traficante e ficou cinco dias algemado no hospital. A família comprovou que o rapaz trabalha e ele é incluído no Programa de Proteção à Testemunha só duas semanas após o confronto.
Ossada
Dez dias após o sumiço, dia 30, foi achada a ossada que a perita atestou ser de uma menina. As buscas a Juan continuaram por 4 dias. Muito tempo depois, após dois exames de DNA, a Polícia Civil admitiu o erro
Agora eu pergunto aos Srs, será que, caso não seja os restos mortais do garoto Juam, o nosso “Poder Podre” vai permitir que a verdade venha a “tona” ?
Reparem a foto acima e me digam se em apenas dez dias, por mais que o terreno propicie a decomposição, será que pode ser esse o corpo desaparecido?
E a vergonha e o moral do nosso Poder Publico diante da sociedade caso não seja o corpo do menino Juam ?
Realmente é muito mais fácil colocarem a culpa em um simples Policial do que assumirem a incompetência e a desorganização que presenciamos em nosso Estado.
Quem gosta de um Policial Militar que não seja da família?
A maioria daqueles que vivem “puxando o saco” é por se sentirem seguros e amparados quando cometerem suas infrações, afinal “amigos” são para essas horas não acham?
Raros são aqueles os quais realmente gostam do “Homem” e não da profissão o qual ele exerce para se beneficiarem quando ocorrem qualquer problema.
Qual dos Srs nunca cometeu uma simples infração de transito ? qual dos Srs aceitam serem chamados a atenção por um Policial Militar quando são pegos em um “delito” ?
A nossa Policia Militar sempre foi e sempre será condenada pela opinião publica, ate que esses que os generalizam sofram na própria carne uma ação criminosa e descubra que só podem contar com eles para ser salvo.
Não quero defender o desvio de conduta de alguns, porem não podemos condenar todos pelo erro de alguns como sempre fizeram.
O que mais me revolta não é a discriminação que esses homens sofrem por parte da sociedade, afinal, em sua grande maioria, é ignorante e facilmente manipulada por uma impressa corrupta e conivente com as falcatruas do “Poder Podre’.
O que mais me revolta é saber que esses Homens são discriminados pelos seus próprios pares em que na sua maioria possuem um passado duvidoso e um presente obscuro.
As nossas duas palavras continuam a vigorar em minhas postagens, Hipocrisia e Demagogia, tudo pela vaidade.
Torço para que a verdade seja dita, caso seja realmente os restos mortais do menino Juam que sejam punidos seus executores, porem caso não seja, então que punam com a mesma vontade, sem qualquer distinção todos aqueles que manipularam e acusaram os Policias.
Devemos isso a memória da vitima e em respeito a dor de seus familiares.
Parabéns ao Sr Antonio Carlos de Oliveira, Defensor Publico que demonstrou coragem de enfrentar o Poder por acreditar nos seus clientes e honrar o juramento que fez como um verdadeiro Advogado.
Ricardo Garcia
Cidadão Brasileiro.