JORNAL O DIA (online)
19.09.09 às 04h00 > Atualizado em 19.09.09 às 10h46
Policial militar é assassinado na calçada de bar em Água Santa
Bandidos fugiram levando o cordão da vítima. Dois suspeitos já foram identificados
POR CHARLES RODRIGUES, RIO DE JANEIRO
Rio- O cabo da Polícia Militar Sérgio da Cruz Lopes, de 39 anos, foi assassinado em Água Santa, na Zona Norte do Rio. Dois homens teriam abordado o policial dentro de um bar, na esquina das Ruas Paraná com Joaquim Martins, no fim da noite de sexta-feira.
O militar tentou reagir. Ele foi baleado quando entrava em seu carro, um Siena branco. Testemunhas disseram que os criminosos fizeram cerca 15 disparos. Um tiro atingiu o tórax do policial, que foi socorrido, mas morreu ao dar entrada no Hospital Salgado Fillho.
O cabo Sérgio da Cruz foi morto momentos após ter saído de serviço, no 3º BPM (Méier), onde estava lotado há menos de um mês. O crime foi testemunhado pelo filho do policial, de 16 anos. A delegada adjunta da 24ª DP (Piedade) Madeleine Farias registrou o caso como latrocínio (roubo seguido de morte), mas não descarta a hipótese de uma execução.
Dois suspeitos, que seriam moradores do Morro do Dezoito, já foram identificados. "Trabalhamos, a princípios, com duas hipóteses: latrocínio e execução. O policial era morador do bairro e pode ter sido alvo de uma represália de criminosos. Já identificamos os dois supostos autores dos disparos", disse a delegada.
O enterro será às 16h deste sábado, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Norte.
JORNAL O FLUMINENSE (online)
Publicado em 18/09/2009
PMs afastados das ruas
Priscilla Prestes
O comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Mauricio de Moraes, informou, ontem, que o sargento e o soldado suspeitos de terem espancado dois jovens, de 17 e 18 anos, em Santa Rosa, na Zona Sul, não estão mais trabalhando nas ruas. O oficial afirmou que os PMs farão trabalhos burocráticos no quartel até que as investigações sobre o caso sejam concluídas. Moraes disse ainda que caso as agressões sejam comprovadas, os policiais responderão a um Inquérito Policial Militar (IPM). Os rapazes teriam sido torturados pelos dois PMs após pararem em frente a uma casa em Santa Rosa e pedirem informações sobre o custo de venda da residência para o morador, que os teria confundido com assaltantes
Eu coloquei essas duas reportagens de propósito para que os Srs. raciocinem comigo e vejam o motivo, que tantas vezes me faz postar aqui nesse Blog.
Bom, em primeiro lugar, embora sejam distintas as reportagens e também os jornais as quais publicaram, elas se ligam no final, não nas suas ações ou nos personagens que fazem parte de cada uma delas, mas na forma que são “arquivadas’ em nossas mentes, no entanto sem aquele “fiozinho” para conectarmos.
Embora eu já tenha escrito inúmeros comentários sobre a primeira reportagem, os quais apaguei devido a ter sido movido pela emoção, e ter externado alguns comentários pernicioso sobre nosso sistema e a nossa sociedade, sinto-me agora mais tranqüilo e com uma formação de idéias mais completa, para passar aos Srs e podermos tirar as nossas próprias conclusões.
Infelizmente perdemos mais um companheiro, vitima dele mesmo, sim, e porque não dizermos isso ? pois foi ele que escolheu a profissão de ser Policial Militar, ninguém o obrigou a ser, da mesma forma em que a maioria da nossa sociedade reclama da sua Policia, também não poderia fazê-lo, pois alem de não respeitar as leis previamente estabelecidas ainda escolheu deliberadamente a pessoa que iria administrá-la e acredito que também não tenha sido obrigada a fazer tal escolha.
Entrelaçados a segunda reportagem, onde dois Policias Militares estão sendo acusados de espaçarem dois “jovens” A mídia divulgou nos teles Jornais e em suas manchetes, quase que diárias, e sem darem nenhuma chance de defesa dos acusados, só ouviram uma parte, a outra que se dane, afinal eles também são impedidos de se defenderem, por um sistema covarde e injusto. Reparem os Srs. o caso recente dos Professores, o mesmo, postado nesse Blog e com as duas versões demonstrada de uma maneira imparcial e ao meu ver, correta, onde o “sistema” obrigando ao seu agente a assumir a culpa por algo que, ao meu ver, faria também e não teria nenhum arrependimento, no entanto, em momento nenhum falaram do tal relacionamento que diz “Ação e reação” como uma resposta e por não haver a real preocupação de esclarecerem os fatos, e sim em deixá-los passar, maquiando de forma que percam a “força”ate que nossa “memória” enfraqueça ou que traga alguma “vantagem” para alguém.
O Companheiro que foi assassinado por marginais pelo simples fato de ser um Policial Militar, cairá em nosso esquecimento mais rápido do que os dois acusados pelo espancamento, sua viúva e filhos ainda sofrerão mais para obterem seus direitos, muitas das vezes cerceados pelo próprio sistema. é sádico perderem o único vinculo que tinham com aquela que era majoritária do bem comum, os deixando sozinhos em um mundo que acabaram de nascer.
Já no caso dos acusados, embora não tenham sido ouvido pelo mesmo jurado por oportunidade ou pela imposição, sua sentença é comum a todos nós, embora a sua inocência prevaleça em suas razões, perpetuadas em suas fichas e entre as pessoas os quais os cercam, mantendo a única certeza assim, como as dos familiares do Companheiro executado pelos marginais, que pelo simples fato de serem o que são, estarão sempre sozinhos em suas vidas.
Ricardo Garcia
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro