JORNAL O GLOBO (ONLINE)
POLÊMICA
Decisão do STF sobre pena alternativa para tráfico divide especialistas
Publicada em 02/09/2010 às 23h28m
Marcelo Dutra
RIO - Criminalistas ouvidos, nesta quinta-feira, pelo GLOBO divergiram sobre uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando que cabe ao juiz fixar a pena para traficantes de drogas, podendo o magistrado optar, inclusive, pela aplicação de punições alternativas no lugar da prisão. A maioria dos ministros entendeu que o Congresso ultrapassou o poder de legislar, quando proibiu a aplicação de penas alternativas para traficantes, ao editar a nova Lei de Drogas, em 2006. A lei não esclarece quem é traficante e quem é usuário, nem a quantidade de droga necessária para a pessoa ser enquadrada numa ou noutra categoria.
Enquanto alguns criminalistas elogiam a decisão, por considerá-la um avanço ao permitir a individualização dos casos, outros acreditam que a medida será um duro golpe na guerra contra o crime organizado. O procurador-geral de Justiça do Rio, Claudio Lopes, disse que, embora respeite a decisão dos ministros, está convicto de que ela representa um retrocesso no combate às drogas:
- A decisão é incompatível com um delito que a própria Constituição Federal equipara ao crime hediondo.
O procurador acredita ainda que os criminosos usarão a decisão para evitar punições.
- Eles vão arregimentar cada vez mais iniciantes para comercializar o produto e, no final, quando o sujeito for condenado ao pagamento de uma cesta básica, os próprios traficantes vão levá-la na porta do tribunal - ironizou.
Astério Pereira dos Santos, ex-secretário de Administração Penitenciária do Rio, diz que a decisão é um revés para a sociedade, por tornar mais fácil o jovem ser atraído para o tráfico:
- O que leva o jovem à prática do crime é o dinheiro fácil. A lei é uma possibilidade de sanção mais poderosa. Sem isso, (a vida no tráfico) passa a ser mais estimulante, principalmente para os jovens infratores.
Segundo o advogado criminalista e professor de direito Paulo Ramalho, não haverá impacto para os traficantes já condenados:
- Primeiro, a decisão do Supremo não tem efeito retroativo. As penas já impostas, em princípio, não serão modificadas. Em segundo lugar, os ministros não disseram que todo traficante tem direito à pena substitutiva. Ocorre que tem que ser feita uma diferenciação entre os "aviõezinhos" (vendedores de pequenas quantidades de droga) e aqueles que vendem toneladas. O legislador não pode substituir o juiz, que fará a individualização dos casos.
Para a socióloga Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, a medida deve ser aplaudida, já que um dos grandes problemas do país é ter uma lei que engessa os juízes.
- As pessoas têm que entender que não é o tamanho da pena que inibe a criminalidade. O que tem esse efeito é a certeza da penalidade.
POLÊMICA
Decisão do STF sobre pena alternativa para tráfico divide especialistas
Publicada em 02/09/2010 às 23h28m
Marcelo Dutra
RIO - Criminalistas ouvidos, nesta quinta-feira, pelo GLOBO divergiram sobre uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando que cabe ao juiz fixar a pena para traficantes de drogas, podendo o magistrado optar, inclusive, pela aplicação de punições alternativas no lugar da prisão. A maioria dos ministros entendeu que o Congresso ultrapassou o poder de legislar, quando proibiu a aplicação de penas alternativas para traficantes, ao editar a nova Lei de Drogas, em 2006. A lei não esclarece quem é traficante e quem é usuário, nem a quantidade de droga necessária para a pessoa ser enquadrada numa ou noutra categoria.
Enquanto alguns criminalistas elogiam a decisão, por considerá-la um avanço ao permitir a individualização dos casos, outros acreditam que a medida será um duro golpe na guerra contra o crime organizado. O procurador-geral de Justiça do Rio, Claudio Lopes, disse que, embora respeite a decisão dos ministros, está convicto de que ela representa um retrocesso no combate às drogas:
- A decisão é incompatível com um delito que a própria Constituição Federal equipara ao crime hediondo.
O procurador acredita ainda que os criminosos usarão a decisão para evitar punições.
- Eles vão arregimentar cada vez mais iniciantes para comercializar o produto e, no final, quando o sujeito for condenado ao pagamento de uma cesta básica, os próprios traficantes vão levá-la na porta do tribunal - ironizou.
Astério Pereira dos Santos, ex-secretário de Administração Penitenciária do Rio, diz que a decisão é um revés para a sociedade, por tornar mais fácil o jovem ser atraído para o tráfico:
- O que leva o jovem à prática do crime é o dinheiro fácil. A lei é uma possibilidade de sanção mais poderosa. Sem isso, (a vida no tráfico) passa a ser mais estimulante, principalmente para os jovens infratores.
Segundo o advogado criminalista e professor de direito Paulo Ramalho, não haverá impacto para os traficantes já condenados:
- Primeiro, a decisão do Supremo não tem efeito retroativo. As penas já impostas, em princípio, não serão modificadas. Em segundo lugar, os ministros não disseram que todo traficante tem direito à pena substitutiva. Ocorre que tem que ser feita uma diferenciação entre os "aviõezinhos" (vendedores de pequenas quantidades de droga) e aqueles que vendem toneladas. O legislador não pode substituir o juiz, que fará a individualização dos casos.
Para a socióloga Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, a medida deve ser aplaudida, já que um dos grandes problemas do país é ter uma lei que engessa os juízes.
- As pessoas têm que entender que não é o tamanho da pena que inibe a criminalidade. O que tem esse efeito é a certeza da penalidade.
Um Marginal comprou uma tonelada de maconha por R$ 1000,00 reais, e vai vender cada quilo a R$2,00 reais, em que seu lucro vai ser o dobro do que ele investiu, ele consegue vender a 500 viciados por dia uma quantidade de 200gras para cada um, em dez dias ele vai precisar comprar mais uma tonelada, para continuar no negocio.
Pergunta: ele é traficante de drogas ilícitas ?
Resposta: Vai depender do Juiz ou quem sabe...da meia de ¾ ou da cueca de alguns.
O raciocínio que tenho agora é preocupante, pois devido a incompetência ou quem sabe a conivência por parte do Poder Publico em relação ao combate as drogas é cada vez mais visível, vamos tentar esmiuçar o raciocínio.
1º) não há uma campanha maciça, na familias e principalmente nas escolas contra as drogas, não estou me referindo as que aparecem do nada na mídia e não há uma continuidade e nem um trabalho serio, complementando esse “trechinho” não há escolas que se preocupem com seus alunos ou alunos que se preocupem com suas escolas, me refiro a 99% real.
2º) não há locais públicos especifico para o tratamento daqueles que tentam sair dessa vida, é só você constatar em seu Município os locais que existem, é bom exaltarmos que me refiro aqueles onde o Poder Publico “banca” e não os particulares que fins lucrativos ou religiosos para arrebanhar possíveis seguidores.
3º) a punição aos traficantes e traficantes em potencial (usuários) são cada vez mais brandas, sendo beneficiados pelas próprias Leis que os reprimem como é o caso dessa reportagem.
4º) o sistema “punitivo” é ineficiente e incorreto, onde a distinção deveria ser dos locais onde iriam cumprir suas penas e não serem distinguidos pela magnitude de seus atos.
Para mim um elemento que rouba um milhão é tão ladrão quanto ao que rouba um centavo.
Chega a ser “estimulante” as condições punitivas ao crime, ate mesmo “dinheiro” pago pelos nossos impostos que são distribuídos aos familiares daqueles que fomos vitimas.
Eu ouvi de um grande Líder e amigo, uma frase que ficou gravada em minha cabeça: “Ricardo, nós somos maquinas de enxugar gelo” e agora eu entendo, de que me vale arriscar a minha vida e ainda a da minha família para prender um marginal?
Quantos de nós já morreram e seus algozes já estão nas ruas novamente matando e roubando?
Quantas vezes escutamos que o elemento preso tinha diversas passagens pela policia ?
E o pior de tudo é que sempre culpamos a Policia por não estarmos na hora e no local exato para defender aqueles que acreditam em nós.
É crescente e acelerado o domínio do trafico em nosso Estado, a ponte de estarmos ate mesmo “exportando” para outros Estados, expandido as fronteiras onde são usadas maquiagens para encobrirem tal crescimento.
Era comum dar um sorriso ao ver as reportagens da Bandeirante (aqui no Rio canal 7) quando os apresentadores diziam que marginais fortemente armados foram presos pela PM de São Paulo, e quando apresentava as armas, a mais perigosa era apenas “uma calibre 12” enquanto aqui no Rio, um fuzil 762 era empunhado por uma criança de 12 anos, hoje já esta diferente, já encontramos também em outros Estados armas de guerra.
Eu também brincava dizendo que na Colômbia existia a “FARC” e aqui no Brasil não iria demorar termos a “FARB”, porem hoje também não é mais brincadeira.
A quem recorrer?
Desarmados pela demagogia a grande parte da nossa sociedade de “pessoas de bem” não podem se defender e não tem a quem pedir ajuda, vitimas de si próprios apenas passam pela vida ao invés de viver a vida.
Não há palavras para descrever o que sinto ao ler mais essa dos nosso Poderosos afinal creio que a maioria de nos devam estar sentindo a mesma coisa, a não ser aqueles demagogos, hipócritas e porque não dizer criminosos, afinal “que anda com porcos, com porcos come lavagem”
Em tempo: ha algo tambem que me intriga, o combate ao tabagismos foi eficaz e maciço afinal é uma droga tambem porem lícita, no entanto ao alcoolismo não houve qualque iniciativa ou campanha parecida, talvez devessemos reflitir já que, conforme estatisticas, a maioria dos consumidores de droga ilicita são geralmente iniciadas pela bebida.
Ricardo Garcia
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro
É agora sim, com essa lei, a impunidade vai prevalecer neste país...Olha ricardo apesar das campanhas contra o tabagismo, inclusive nos maços de cigarro, ainda é grande o número de fumantes, pesquisa feita pelo inca que é uma instituição hospitalar federal, considerando um número alto de câncer de pulmão, laringe e boca. Analisando seu texto, o que acredito ser uma boa saída, e ter uma repercussão em relação a educação, mas que para isso teria que haver um comprometimento dos profissionais da educaçãoe principalmente do governo,com medidas de aumento salarial, pois o que vemos é o abandono dos mestres, que não querem mais lecionar, em razão dos baixos salários e da violência em algumas áreas pelos marginais, a temática seria a implantação de diretrizes escolares, como: matérias obrigatórias relacionadas com o combate ao fumo ao alcóol, e as drogas, o que de maléfico poderia trazer ao ser humano a curto e a longo prazo, a educação sexual.Pois tudo que é proibido e pernicioso infelizmente para essa geração,parece servir de estímulo a ser experimentado, o que mais se vê nos hospitais são meninas ainda grávidas sem a menor orientação de ninguém, sem amparo, muitas abandonam seus filhos, sem um destino familiar, se entregam as drogas, e esses filhos criados de qualquer maneira viram os futuros delinquentes que por aí vemos. QUE PAÍS É ESTE,ATÉ QUANDO VAMOS TER QUE CONVIVER COM ESTAS DESGRAÇAS E VENDO NOSSAS CRIANÇAS IREM POR RALO ABAIXO. bjs
ResponderExcluirBoa noite Ricardo,
ResponderExcluirAcredito que o trafico de drogas é um crime mais grave que um homicídio, pois quantos morrem direta e indiretamente em função dele.
ex. Quando uma bala perdida acerta alguém numa comunidade (independente de qual arma ela saiu) a grande culpa é do trafico de drogas, pois sem traficantes armados não haveria troca de tiros e conseguentemente pessoas baleadas.
Hoje vi uma reportagem no Domingo Espetacular (Record) falando dos recem nascidos dos "cracudos" é de arepiar, recem nascidos com crise de abstnencia, e outros maiores com problemas mentais etc. De quem é a culpa disto? Claro que é o trafico de dogas.
Quando uma gravida morreu baleada após se assaltada en seu carro em Maria da Graça, de quem é a culpa indireta?
Grande parte dos crime em nosso país é ligado ao trafico e a viciados, não há como amenizar a pena de um traficante, tinha é que sim multiplicar a pena por possíveis mortes que pelo tempo que o carro trafica, quantos possíveis pessoas morreram direta e indiretamente.
Mas como vc falou, é só enxugar gelo, esse é o nosso serviço.Um forte abraço, e continue escrevendo para o nosso bem.