JORNAL O DIA (online)
Reportagem de Geraldo Perelo e Roberta Trindade
08.09.11 às 01h12
Reportagem de Geraldo Perelo e Roberta Trindade
08.09.11 às 01h12
Quatro militares são afastados e inquérito vai ser aberto
A Polícia Militar ocupou por tempo indeterminado os morros do Adeus e da Baiana, de onde bandidos podem ter atacado a Força de Pacificação no vizinho Complexo do Alemão
Rio - O general Adriano Pereira Júnior informou que todos os confrontos ocorridos no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, foram orquestrados pelo tráfico. Ainda assim, o militar informou que os quatro militares envolvidos em confusão com moradores no domingo foram afastados. Um inquérito foi aberto para apurar as responsabilidades.
“Faltou a percepção de que era armadilha”, disse o general. Na ocasião, segundo o general, soldados perseguiram dois homens que estariam em atitude suspeita e que se esconderam em um bar. Moradores reagiram e houve confusão. Para dispersá-los, soldados usaram armas não letais e alguns moradores foram feridos. Segunda-feira, houve nova confusão e protesto. Cartazes foram estendidos nas ruas com críticas ao Exército. Terça-feira, o tráfico atacou com tiros e bombas.
Comunidades ocupadas
A Polícia Militar ocupou por tempo indeterminado os morros do Adeus e da Baiana, de onde bandidos podem ter atacado a Força de Pacificação no vizinho Complexo do Alemão na noite de terça-feira. Há 120 policiais do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré), que atuam também em 11 pontos ao redor das comunidades. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, admitiu que bandidos também entraram no Alemão pela Vila Cruzeiro. Mas acredita que, com o reforço, o bando já tenha ido embora.
Para evitar nova invasão, o Exército reforçou a segurança no complexo com 100 fuzileiros e preparou mais 200 para entrar em ação.
Soldados do Exército retiraram, nesta segunda-feira, barricadas feitas por bandidos com tampas de bueiros e ralos na noite anterior. Houve revistas a pedestres, motoristas e motoqueiros. Acessos foram vasculhados com blindados do Exército. Foi iniciada rigorosa inspeção no teleférico, cujo serviço ficou interropido na véspera, devido às balas traçantes. Às 19h30, sons semelhantes a tiros e explosão deixaram o clima tenso, mas nada grave foi registrado.
O general do Exército Adriano Pereira Júnior, do Comando Militar do Leste, atribuiu o ataque ao anúncio da ampliação do tempo que o Exército será mantido no complexo. “Foi divulgado que o Exército vai permanecer no local até junho, e as ações são uma reação a essa notícia”, ressaltou o general.
De manhã, circulou a informação de que o ataque foi motivado pelo fechamento de revenda de gás clandestina, que pertenceria ao irmão do traficante Marcinho VP. Mas, a Secretaria de Segurança não confirmou.
Exército: traficante circula na favela
Após divulgar um vídeo, na terça-feira, mostrando que ainda há venda de drogas no Complexo do Alemão, o general do Exército Adriano Pereira Júnior, do Comando Militar do Leste, confirmou o retorno de lideranças do Comando Vermelho para o conjunto de favelas. Segundo ele, entre os criminosos que voltaram a circular no local está Paulo Roberto de Sousa Paz, o Mica ou MK, 33 anos. A presença dele na região já havia sido denunciada por moradores
“Ele frequenta o morro, mas não conseguimos prendê-lo porque ele tem muitos informantes que o ajudam a não se deparar com nossas patrulhas”, destacou.
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, explicou que a medida de ocupar os morros vizinhos ao Alemão foi tomada devido a ausência de tropas federais nos locais. Em nota, a corporação explicou que os morros do Adeus e da Baiana são “locais com comandamento — ou seja, visão de cima para baixo — portanto, facilitadores de agressão (tiro, arremesso de objetos etc) contra as tropas que patrulham a Avenida Itararé”.
Soldados encontram cinco bombas
Soldados do Exército localizaram cinco bombas de fabricação caseira abandonadas na Rua Nova, um acesso à Grota. Uma não tinha sido detonada. O artefato teria sido usado contra militares na noite anterior. Por volta de 13h30, fogos foram ouvidos durante a chegada de blindados do Exército).
O deputado Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Alerj, ouviu moradores. “Vamos realizar audiência pública sobre o posicionamento do governo do estado em relação ao complexo. O tráfico tem interesse em provocar o desgaste para forçar a retirada do Exército e da polícia. Mas, atribuir todos os conflitos como ação do tráfico é um exagero”, disse ele, baseando-se em cartazes entregues por moradores.
Freixo afirmou que o Exército não tem preparo ou atribuição constitucional para fazer o papel de polícia. “Qual é o planejamento do governo do estado? Vamos ter ações de saúde, emprego, educação, que não chegaram quase um ano após a ocupação? O desgaste passa pelo despreparo dos soldados, e a insatisfação, por serviços que não chegam”.
Após a afirmativa do Sr Deputado em dizer que o Exercito não tem o preparo ou atribuições constitucionais para fazer o papel de Policia, eu questiono e a Policia tem?
Se o Exercito não tem o “preparo” por que então afastá-los e impor que respondam a um inquérito? Já imaginaram o que é isso para a cabeça de um homem o qual ensinaram durante sua formação a levarem tapa na cara, a serem “Homens de verdade” superiores ao tempo, a dor e quando chegam a hora de cumprirem seus papeis, revidando as agressões ainda são “punidos”?
Onde os colocaram para atuar não é uma "zona de guerra" ? pelo menos ainda não bombardiamos com jatos esse local mas o resto já foi empregado.
Já no caso da PM onde são formados a toque de caixa para serem jogados a sorte nas UPPs, com 20 munições onde sabemos que não iria adiantar em nada caso os traficantes atacassem, colocados em instalações precárias e inseguras, com um salário miserável, por que o Sr Deputado não se preocupa com isso ?
Ora Srs, deixemos de demagogia e falemos sobre a realidade.
Concordo que devemos ter ações de saúde, educação, alem da própria segurança, afinal como presenciamos quase diariamente nos noticiários, os hospitais estão superlotados, onde os corredores são verdadeiro depósitos de gente, onde médicos e enfermeiros, quase em regime de escravidão fazem o que pode para dar o mínimo de dignidade aos doentes.
E eu pergunto, por que esses Srs Deputados não fazem uma visita surpresa a essas unidades hospitalares? Ou então a uma escola publica na hora do seu funcionamento sem avisar a ninguém e como toda a certeza, se ao presenciarem essa realidade e se colocarem no lugar dessas pessoas talvez tivessem um pouco mais de decência em suas ações.
Já em relação a “empregos” eu não concordo, “trabalho” seria a palavra, no entanto, a educação de qualidade e integral nos levaria a essa qualificação, através curso de profissionalismo, pedreiros, carpinteiros, serralheiros, soldadores, eletricistas e tantas outras que iriam ajudar no próprio crescimento ao invés da demagogia de cursinhos de futebol, lutas e outros onde são apenas ilusões pois poucos possuem a capacidade que trazem de berços no manuseio de uma bola.
Devemos primeiro investir nos nossos “funcionários” sejam médicos, professores, policias, enfermeiros, por fim, todos aqueles os quais irão proporcionar a mudança radical a essa população, pois só assim poderão com satisfação cumprirem suas missões.
Somado ao apoio sem restrições do estado com o material necessário para as suas realizações.
É diferente educarmos homens e mulheres ao invés de apenas crianças.
É necessário tomarmos decisões radicais e não aceitarmos que grupos interfiram em nossos objetivos, sito como exemplo, o controle da natalidade, onde a Igreja se coloca contra.
Como diz o ditado “Não podemos agradar a Gregos e Troianos ao mesmo tempo” porem devemos pensar em primeiro lugar na coletividade.
Ricardo Garcia
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro
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